sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

A Vocacao missionaria de D. Jaime

A Vocação missionária
de
DOM JAIME GARCIA GOULART

PRIMEIRO BISPO DE DILI


Apresentado pelo
Domingos da Silva Soares
No. T402148

ao

Professor Gianni Cliveller



SUMÁRIO

D. Jaime Garcia Goulart foi uma figura de singular importância para o Povo de Timor Oriental, como missionário, cabendo-lhe a justa honra de ter sido o Primeiro Bispo da Diocese de Dili, e, também, como grande promotor da civilização e cultura portuguesa, merecendo com toda a justiça ser agraciado com o grau de oficial da Ordem do Infante D. Henrique, sem aniquilar, no entanto, a cultura indígena.

Com este pequeno trabalho, queremos levar ao conhecimento dos leitores, o espírito que animou este grande Apóstolo de Cristo desafiando-o a deixar os seus e a sua terra nos primórdios da sua adolescência, para se formar num ambiente totalmente diferente, e, posteriormente, lançá-lo a atravessar, com toda a coragem e resignação, mares, vales e montes das terras longínquas de Timor.

O odisseia foi, profundamente, dura, mas muito consoladora. Do seu trabalho, guiado pelo Espírito do Senhor, hoje, Timor Oriental pode ser considerado agora como Nação mais Católica da Ásia, com 97% da sua população, que conta, neste momento, de cerca de 1 milhão e 200 mil almas.


























ÍNDICE

Sumário pág. 2

Índice 3

Introdução 4

Metodologia 5

Bibliografia 6

I Capítulo
Biografia 7

II Capítulo
A sua vocação missionária 10

III Capítulo
Timor, o seu destino 12

IV Capítulo
Os frutos de uma paixão em estatísticas 15

Conclusão 18

Anotações 19


Anexos 22
Apêndice















INTRODUÇÃO

A alegria da vida cristã é saboreada e gozada na prática do Apostolado. Em primeiro lugar, na família e da família aos outros, podendo ir até aos confins do Mundo, como aconteceu com D. Jaime Garcia Goulart.

É uriundo de uma família muito cristã e duma comunidade cristã, que é a Diocese de Angra dos Açores, embebida no espírito missionário, orientado sobretudo para o Extremo Oriente, seguindo exemplos de missionários açoreanos. Sobretudo o seu primo, Cardeal Costa Nunes, preparou-o e lançou-o para esse mundo missionário, concretamente, nas Missões de Timor Oriental, além das orientações claras do Pio XI, o Papa das Missões, com a sua encíclica “Rerum Ecclesiae”.

A obra missionária de D. Jaime foi um autêntico martírio, pois a primeira fase foi a reconstrução das destruições do regime republicano, anti-clerical, que expulsou os religiosos de todo o território nacional; a segunda fase, foi re-erguer Timor das cinzas deixadas pela II Guerra Mundial.

A guerra obrigou a refugiar-se na Austrália, mas, como não há males que não tragam bens, foi na qualidade de Administrador Apostólico, da recente criada Diocese de Dili e voltou como Bispo, para pastorear o Povo de Deus que tanto amava, sofrendo todas as dores que a guerra semeou, mas com a heróica vontade de reconstruir. E reconstruiu!

D. Jaime deixou Timor Oriental em 1967 para regressar a casa, que deixara hà 47 anos, na alegria da missão cumprida, deixando para trás uma Comunidade cheia de vida cristã e de civilização.


















METODOLOGIA

A metodologia usada para este pequeno trabalho foi, fundamentalmente, de investigação, vasculhando livros, revistas, jornais nas bibliotecas de Macau, referentes ao título do trabalho, nomeadamente, do Seminário de S.José, Municipal de Matteo Ricci, da Diocese de Macau, da Paróquia da Sé, da Faculdade das Ciencias Religiosas no Seminário de S. José, bem como, as consultas na internet. Contudo, o trabalho ainda está aquem do que se espera, precisando aprofundar mais.

A nossa principal fonte foi o “Boletim Eclesiástico da Diocese de Macau”, onde podemos buscar todos os documentos oficiais da Diocese de Macau para Timor e as notícias provenientes das Missões de Timor para a Diocese, até ao nascimento da nova Diocese em 4 de Setembro de 1940, com o seu primeiro Bispo D. Jaime Garcia Goulart.































BIBLIOGRAFIA

1. BOLETIM ECLESIÁSTICO DA DIOCESE DE MACAU, Julho,1907-Abril, 1948
2.http://pt.wikipedia.org/wiki/Jaime_Garcia_Goular; 3.http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_da_Costa_Nunes#Biografia
4.Pe. Manuel Teixeira – MACAU E A SUA DIOCESE - VOL.X MISSOES DE TIMOR Tipografia da Missão do Padroado 1974, pag. 456ss
5. http://pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_Guerra_Mundial#Portugal_na_Guerra
6. Carlos Vieira da Rocha, TIMOR - OCUPAÇÃO JAPONESA DURANTE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, Sociedade Histórica da Independencia de Portugal, 1996.
7.http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Paulino_de_Azevedo_e_Castro;
8. http://www.vatican.va/holy_father/pius_xi/encyclicals/documents/hf_p-xi_enc_19260228_rerum-ecclesiae_lt.html.
9. http://es.wikipedia.org/wiki/Timor_Oriental
10. António de Almeida, O Oriente de Expressão Portuguesa, Fundação Oriente-Centro de Estudos Orientais, Lisboa,p.98 e págs.187-219.
11. http://en.wikipedia.org/wiki/History_of_East_Timor#Pre-colonial_history)
12. http://timor-leste.gov.tl./
13. http://en.wikipedia.org/wiki/Portuguese_Timor;
14. Frei Luis de Sousa, História de S.Domingos, Vol.II, Lello & Irmão Editores, 1977 Porto
15. http://www.panoramio.com/photo/718653 Lifau_oecusse
16.http://www.agencia.ecclesia.pt/diocese/pub/11/noticia.asp?jornalid=11&noticiaid=6928
17. Pe. Francisco Maria Fernandes,D.ANTONIO JOAQUIM DE MEDEIROS, Coleccão Estudos de Macau, Universidade de Macau-2000
18. Jorge Barros Duarte, EM TERRAS DE TIMOR, Tiposet, Lisboa 1987
19. António do Carmo, A IGREJA CATÓLICA NA CHINA E EM MACAU, No contexto do Sudeste Asiático, QUE FUTURO? Instituto Português do Oriente, 1997
20. Armando Pinto Correia, GENTIO DE TIMOR, Lisboa, Lucas@Ca. 1934
21. Capitão A. Faria de Morais, SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DE TIMOR, Tipografia Rangel-Bastora(India Portuguesa), 1934
22. Comandante Humberto Leitão, OS PORTUGUESES EM SOLOR E TIMOR DE 1515 A 1702, Tip. Da Liga dos Combatentes da Grande Guerra, 1948
23. A.Barbedo de Magalhães, TIMOR LESTE: TERRA DE ESPERANÇA, Fundação Eng. António de Almeida, 1999.
24.Joaquim Romero Magalhães, PORTUGUESES NO MUNDO DO SECULO XVI, Graf. Maiadouro,SA, 1998



CAPITULO I

BIOGRAFIA(1)

Jaime Garcia Goulart nasceu na freguesia da Candelária da ilha do Pico, Açores, (Fig.1) filho de João Garcia Goulart e de Maria Felizarda Goulart, em 10 de Janeiro de 1908. Foi parente pelo lado paterno e materno do cardeal D. José da Costa Nunes, já que a sua avó paterna, Isabel Emília da Costa, era irmã do pai do cardeal e a sua avó materna, Isabel Felizarda de Castro, era irmã da mãe do cardeal.
Deixa os Açores e vem para Macau
Inspirado pelo exemplo do primo, que, ainda como seminarista, embora finalista, fora convidado para seu secretário particular pelo D. João Paulino de Azevedo e Castro, Bispo eleito de Macau (1902-1918), tendo chegado em Macau no dia 4 de Junho de 1903, em 1921, sendo já D. José da Costa Nunes(Fig.2), Bispo de Macau(1920-1940), com apenas 13 anos de idade, veio para Macau em conjunto com outros 11 rapazes açorianos. Frequentou o Seminário Diocesano de São José. Ainda estudante do terceiro ano de Teologia foi nomeado secretário do primo. No dia 25 de Março de 1928 recebeu a Prima Tonsura e as Ordens Menores e nomeado capelão da Sé, sob a Provisão de 7 de Setembro de 1928. Na qualidade de Secretário particular de D.José, acompanhou-o à licença graciosa nos Açores, aproveitando para concluir a Teologia, quarto ano, no Seminário de Angra, recebendo depois o Sub-diaconado no regresso a Macau em Março de 1930. O Diaconado recebeu-o no dia 4 de Abril de 1931, na cidade de Angra e o Presbiterado, no dia 10 de Maio de 1931 por Sua Ex.cia Rev.ma D. José da Costa Nunes, na Candelária, sua terra natal, onde celebrou também a sua Missa Nova, no dia 15 de Maio.
Nesse mesmo ano regressou a Macau, continuando a exercer a função de Secretário particular, capelão da Sé e, ainda, professor do latim no Liceu e no Seminário.(Fig.3)
Nomeado Missionário e parte para Timor
Pela Provisão do dia 15 de Janeiro de 1932, recebe a nomeação definitiva, pois a primeira foi em 6 de Abril de 1931(2), como “membro europeu da Missão do Padroado Português do Extremo Oriente, com a respectiva côngrua inerente a este cargo”.(3) No verão de 1933, na qualidade de Secretário do Bispo,acompanhou D. José da Costa Nunes na visita pastoral às Missões de Singapura, Malaca e Timor, tendo ficado em Timor depois da visita, a pedido do Vigário Geral, Pe. Abílio José Fernandes e pela Provisão de 31 de Dezembro de 1933.(4) Em Soibada,(Fig.4) ficou, primeiramente, como coadjutor e depois como Superior da Missão Central de Soibada em 13 de Abril de 1936. Aqui fundou, em 13 de Outubro de 1936, o Seminário Menor de Nossa Senhora de Fátima. (5) Pela Provisão de 8 de Setembro 1937, D.José da Costa Nunes transfere Pe. Jaime Garcia Goulart de Timor para Macau.(6) Chega a Macau no dia 28 de Outubro do mesmo ano e retoma as funções de Secretário do Prelado e Professor no Liceu Infante D. Henrique, leccionado Educação Moral e Civica, bem como no Colégio de Santa Rosa de Lima.
Vigário Geral e Superior
Pela Provisão de 12 de Novembro de 1938, foi concedido ao P. Jaime Garcia Goulart o direito ao gozo da licença graciosa durante oito meses nos Açores(7). Ao mesmo tempo foi incumbido pelo Governo para fazer uns estudos sobre as Missões de Timor, conforme a Portaria, publicada no Diário do Governo, n.67, de 22-3-1939, II Serie: “Jaime Garcia Goulart, para missionário de Macau, - nomeado para proceder na metrópole a investigações históricas relativas às missões de Timor, em comissão gratuita de serviço durante três meses, devendo começar a sua licença graciosa finda que seja a referida comissão.” (8) Pe. Manuel Teixeira, escrevendo a biografia de D. Jaime Garcia Goulart, como primeiro Bispo de Dili, no Boletim Eclesiástico da diocese de Macau, de Outubro de 1945: “... em 10 de Dezembro de 1939 partiu de Hong Kong em gozo de licença graciosa, indo de caminho a Goa, onde se demorou um mês, a recolher elementos para uma história das Missões de Timor; passando depois para Lisboa, ali se demorou três meses para o mesmo fim, indo também consultar os Arquivos de Évora;...” (9) Parece não dar certo, pois, é noticiado pelo mesmo autor, de que Pe. Jaime chegara a Timor de Lisboa, no dia 12 de abril de 1940, depois de 48 dias de viagem, para dar cumprimento à Provisão de 25 de Outubro de 1939, que o tranferira para as Missoes de Timor e nomeado para o cargo de Vigário Geral e e Superior efectivo das Missões de Timor em 22 de Janeiro de 1940.(10)
Administrador Apostólico da nova Diocese de Dili
Entretanto, graças aos esforços junto da Santa Sé de D. José da Costa Nunes, pela bula Sollemnibus conventionibus, de 4 de Setembro de 1940, foi criada a diocese de Díli, ficando então sufragânea da Arquidiocese de Goa e Damão, sendo o padre Jaime Garcia Goulart nomeado, a 18 de Janeiro de 1941 como seu administrador apostólico, pela Sua Santidade Pio XII, tomando posse do cargo no dia 28 de Janeiro de 1941.(11)
Em 1 de Setembro de 1939, deu-se o início da II Guerra Mundial. Portugal declara a sua neutralidade,(12) ficando Timor livre da guerra. No entanto, Australia, em querendo defender-se dos ataques dos japoneses, entraram em Dili no dia 17 de Dezembro de 1941(13). Não tardou muito que Japão, um dos países da força do Eixo com a Alemanha e Itália e, além das suas ambições expancionistas(14), entrasse. Foi no dia 19 de Fevereiro de 1942, perseguindo todos os brancos e quem apoiasse os australianos e holandeses, incluindo os missionários. O Administrador Apostólico, vendo-se já, perseguido pelos japoneses, procurou maneira para ser evacuado com todos os missionárias e missionárias. Foi no dia 15 de Dezembro de 1942, pela costa sul, na Ribeira Cualan (15).Em 15 de Fevereiro de 1943, fez o seu relatório sobre a situação em se encontrava a Diocese de Dili ao Delegado Apostólico na Austrália(16).
Refugiado e consagrado Bispo de Dili na Australia
Durante mais de dois anos, Mons. Jaime Garcia Goulart pastoreava o Rebanho do Senhor a elel confiado, espiritualmente, tendo deixado para trás cinco dos seus missionários( Padres Alberto da Ressurreição Gonçalves, António Manuel Serra, Carlos da Rocha Pereira, Francisco Madeira e Abílio José Caldas), além dos Reverendos Padres que foram assassinados pelo japoneses em Ainaro, no dia 2 de Outubro de 1942(17).
Mas como Deus fecha os olhos aos seus filhos, depois da guerra ter sido declarada finda, no dia 2 de Setembro de 1945, Mons. Jaime foi nomeado pela Santa Sé, primeiro Bispo da Diocese de Dili no dia 12 de Outubro de 1945. (Fig.5)A sua sagração efectuou-se em Sydney, na capela do Colégio de São Patrício, a 28 de Outubro de 1945, sendo principal sagrante Giovanni Panico, então Arcebispo Titular de Iustiniana Prima e delegado apostólico na Austrália e futuro cardeal, e co-sagrantes Norman Thomas Gilroy, arcebispo de Sidney e futuro cardeal, e John Aloysius Coleman, bispo de Armidale.(18)
O regresso e a reconstrução da Diocese

D. Jaime garcia Goulart deu entrada na sua Diocese, pràticamente, reduzida a cinzas pela ocupação japonesa, no dia 9 de Dezembro de 1945, mas com a firme vontade de a reconstruir dentro do espírito do seu lema episcopal: “Vince in bono malum”(19).
Em 1964, a reconstrução e o reflorescimento da Diocese já era tal, que mereceu ser agraciado pelo governo português com o oficialato da Ordem do Infante D. Henrique, pelo decreto 23 de Maio de 1964(20).

Apresenta a resignação e volta aos Açores, onde falece
Alegando cansaço e com a saúde abalada, D. Jaime Garcia Goulart pediu à Santa Sé, em 1965, a designação de um bispo coadjutor com direito de sucessão, tendo sido designado para tal D. José Joaquim Ribeiro, bispo titular de Aegeae, que então servia na Arquidiocese de Évora. Instalado o seu sucessor, resignou em 31 de Janeiro de 1967, permanecendo como bispo titular de Trofimiana. Manteria título até 27 de Janeiro de 1971, data em que o resignou, passando a Bispo emérito de Díli.(21)
D. Jaime Garcia Goulart depois de resignar a sua diocese regressou aos Açores, onde chegou em Agosto de 1967, fixando-se inicialmente na cidade da Horta, na ilha do Faial. Mudou-se depois para a ilha do Pico, onde na sua freguesia natal da Candelária dirigiu o Patronato Infantil da Casa de São José, instituição particular de solidariedade social fundada pelo seu primo cardeal D. José da Costa Nunes. Em 3 de Novembro de 1985 foi um dos concelebrantes na cerimónia de bênção da Sé Catedral de Angra após a sua reconstrução dos danos causados pelos sismo de 1 de Janeiro de 1980.Motivos de saúde levaram-no a fixar residência junto de familiares em Rabo de Peixe, na ilha de São Miguel, vindo a falecer, com 89 anos de idade, na cidade de Ponta Delgada a 15 de Abril de 1997.(22)


II CAPITULO

A SUA VOCAÇÃO MISSIONÁRIA

D. Jaime Garcia Goulart nasceu num ambiente, verdadeiramente missionário, orientado para o Extremo Oriente com base aqui em Macau.

A influência dos Bispos Açoreanos

Primeiramente, por causa, da presença açoreana em Macau, pelo Bispo, D. Manuel de Sousa Enes, natural da Vila do Topo, da Ilha de S. Jorge, desde o ano de 1873 a 1883.(23) Mas a maior influência da vocação missionária para Macau foi criada pelo Bispo D. João Paulino e Castro, de 1902 a 1918.
D.João Paulino de Azevedo e Castro nasceu na vila das Lajes do Pico. Fez os seus estudos em Coimbra, Seminário e Universidade e, em 31 de Agosto de 1879, foi ordenado sacerdote em angra de Heroísmo e colocado como Professor no Seminário Episcopal de Angra e, em1888, nomeado vice-reitor do mesmo Seminário, aquando foi indigitado para Bispo de Macau, por Sua Santidade, o Papa Leão XIII, em 9 de Junho de 1902. Sagrado Bispo em Angra, veio para Macau, onde tomou posse da Diocese, no dia 4 de Junho de 1903, trazendo com como Secretário particular, o Seminarista teólogo José da Costa Nunes, primo de D. Jaime Garcia Goulart, de quem recebeu maior influência para a sua vocação missionária. (24)
D. José da Costa Nunes
D.José da Costa Nunes(25) é da mesma freguesia da Candelária, no sudoeste da ilha do Pico, e familiares como já vimos. Ingressou então no Seminário Episcopal de Angra, em 1893, sendo como vice-reitor D. Paulino de Azevedo e Castro. Conhecendo bem as capacidades do seminarista teólogo José da Costa Nunes, D. Paulino convidou-o para seu secretário particular e, sendo ordenado sacerdote em Macau em 26 de Junho de 1903, depois dos seus exames finais no Seminário de S. José. Por morte de D. João Paulino, em sessão do cabido realizada a 22 de Fevereiro de 1918 foi eleito vigário capitular, cargo que exerceu até 16 de Dezembro de 1920, data do consistório secreto que o preconizou bispo da diocese de Macau.No dia 16 de Dezembro de 1920 foi eleito Bispo de Macau. A sua ordenação episcopal deu-se a 20 de Novembro de 1921, na Igreja Matriz da Horta, sendo sagrado por D. Manuel Damasceno da Costa (1867-1922), bispo de Angra.
D. José da Costa Nunes preparou de uma forma muito particular para as Missões de Timor o seu primo e secretário, P. Jaime Garcia Goulart, incutindo nele uma grande paixão pela acção missionária.

“Rerum Ecclesiae”de Pio XI
Além destes seus grandes impulsionadores e mestres da sua vocação missionária, a grande luz foi, sem dúvida, o Papa das Missões, Pio XI,(Fig.6) com a sua Encíclica “Rerum Ecclesiae”, 28 de fevereiro de 1926, onde apresenta as três grandes razões da acção Missionária – o amor a Deus, o amor aos irmãos e o agradecimento pelo dom da Fé:
1. Quanto ao amor a Deus, o Santo Padre diz: “No necesitamos ponderar cuán indigno sería de la caridad, con que debemos abrazar a Dios y a todos los hombres, el que, contentos con pertenecer nosotros al rebaño de Jesucristo, para nada nos cuidásemos de los que andan errantes fuera de su redil. El deber de nuestro amor exige, sin duda, no sólo que procuremos aumentar cuanto podamos el número de aquellos que le conocen y adoran ya «en espíritu y en verdad» (Jn 4,24), sino también que sometamos al imperio de nuestro amantísimo Redentor cuanto más y más podamos, para que se obtenga cada vez mejor «el fruto de su sangre» (Sal 29,10), y nos hagamos así más agradables a El, ya que nada le agrada tanto como el que los hombres se salven y vengan al conocimiento de la verdad (1Tim 2,4).” (26)
2.Referindo-se ao nosso amor pelos irmãos, Sua Santidade diz: “Y si Cristo puso como nota característica de sus discípulos el amarse mutuamente (Jn 13,35;15,12), ¿qué mayor ni más perfecta caridad podremos mostrar a nuestros hermanos que el procurar sacarlos de las tinieblas de la superstición e iluminarlos con la verdadera fe de Jesucristo?Este beneficio, no lo dudéis, supera a las demás obras y demostraciones de caridad tanto cuando aventaja el alma al cuerpo, el cielo a la tierra y lo eterno a lo temporal.” (26)
3. Como gratidão pelo dom da fé: “El que ejercita esta obra de caridad según sus fuerzas, muestra tener en todo el aprecio que se debe el dono de la fe y manifiesta, al mismo tiempo, su agradecimiento al favor de Dios para con él, comunicando a los gentiles ese mismo don, el más precioso de todos, y los demás dones que a la fe acompañan.” (26) O Santo Padre neste documento, que constitui como o manual do missionário, desafia os sacerdotes para se lançar na obra missionária juntamente com ele e apresenta ao, mesmo tempo, as linhas mestras da acção missionária.

A sua alma missionária

Assim, escrevia em 1932: “Seria uma injustiça para com os nossos Avós na fé afirmar que foramuns ignorantes do que hoje se chama Missiologia. Abstraindo mesmo do testemunho histórico, bastava só a consideração de que missionar é para a Igreja a sua primeira e mais sagrada actividade, para “a priori”, nos convencermos da sua indefectibilidade em tal matéria. Mas a história dispensa-nos de recorrer a este argumento, mostrando-nos como a Igreja, logo no período da sua infância, agia pelos princípios preconizados, oportune et importune, pela Missiologia de hoje. De facto esta não se apresenta como revolucionária, mas como restauradora dum ideal algo esquecido.”(27) Noutro artigo, querendo explicar a finalidade da acção missionária, comparou a acção pastoral de dois missionários, concluindo que ser missinário é para criar a “Igreja Visível”, citando o grande missiólogo P.Charles,SJ. Então, escrevia: “Plantar a Igreja, eis o que ser missionário. E ninguém planta uma árvore e fica, ao lado, á espera que ela cresça para a ir regando e podando. Só por necessidade e saindo fora do seu mandato especial, o missionário regará e collherá. O seu papel é plantar, é alargar sempre e cada vez mais os confins da Vinha do Senhor, é organizar e e enraizar a Igreja de modo que ela se possa chamar e de facto seja universal. É nota essencial da Igreja fundada por Jesus Cristo a universalidade. O missionário é ministro dessa universalidade.”(28)
Com esta convicção, e, animado pelos exemplos de S. Paulo e S.Francisco Xavier, seguindo os passos dos seus mestres, prepara-se para a sua grande Missão em Timor.


III CAPITULO

TIMOR, O SEU DESTINO

Timor(29) é uma ilha em forma de jacaré, situada a sudeste da Ásia, norweste da Austrália e está dividida quase ao meio, pertencendo a parte ocidental a Indonesia e a parte oriental que é a actual República Democrática de Timor Leste e, banhado ao norte pelo Mar de Banda, conhecida pelo Tasi Feto, pela sua calmia e ao sul, pelo Mar de Timor, conhecido com o nome de Taci Mane, por ser mais agitado.(Fig.7)

Timor Oriental

A parte independente, Timor Oriental, que está dividida em duas Dioceses, a de Dili e a de Baucau, que se abriu em 2001, tem uma área de cerca de 15.000 km2, é, estruturalmente montanhosa, com Tatamailau de 2.964 metros de altitude, como o pico mais alto. Tem um clima tropical com, fundamentalmente, duas estações, a das chuvas, com enchentes torrenciais nas ribeiras, que dificultam muito as comunicações nos tempos de outrora e a do tempo seco, cujo calor às vezes se torna abrasador. Também, não se exclui, a presença de micro-climas, em virtude da estrutura acidentada da ilha.
Timor Oriental foi povoada, segundo alguns historiadores, milhares anos antes de Cristo, por pessoas oriendas de Java, pela presença de instrumentos de pedra daquele tempo, bem como, as pinturas rupestres encontradas em Tutuala e Laga.(30)
A Wikipedia (31), citando website official do Governo de Timor Leste diz: “The island of Timor was populated as part of the human migrations that have shaped Australasia more generally. It is believed that survivors from three waves of migration still live in the country. The first is described by anthropologists as people of the Vedo-Australoid type, who arrived from the north and west approximately 40,000 to 20,000 years BC. Others of this type include the Wanniyala-Aetto (Veddas) of Sri Lanka. Around 3000 BC, a second migration brought Melanesians. The earlier Vedo-Australoid peoples withdrew at this time to the mountainous interior. Finally, proto-Malays arrived from south China and north Indochina. Hakka traders are among those descended from this final group.”(32) Os primeiros comerciantes chineses ter iam chegado no ano de 1350 a.C. por causa da madeira de sândalo, que abundava na ilha, e que era procurado no Ocidente através de Malaca e India.(33) Também, era essa a razão da chegada dos Portugueses a ilha no século XVI, 1515,(34) mais precisa mente, no dia 18 de Agosto, conforme uma lápide, junto do monumento dos descobrimentos em Lifau, Oecusse (35), abrindo caminho à chegada dos Missionários.

A missionação

O primeiro missionário terá sido Frei António Taveira como nos noticia Frei Luis de Sousa nos seguintes termos: “Tinha acontecido passar um anno d’estes á ilha de Timor o Padre Frei António Taveira. Devia a occasião de acompanhar algum mercador amigo, e de bom espirito, que como as terras de Timor são de ares pestíferos para os estrangeiros, de sorte que ordinariamente morrem muitos, ou tornam opilados, e mui enfermos, assim acontece pagarem-se a baratos da mercancia, quiz levar comsigo quem na necessidade lhe acudisse com os remedios d’alma. Parece que ordenou Deos a viagem, para remedio de muitos d’queles pobrezinhos , com que tinha determinado povoar o Ceo. E deu-lhe tão boa mão com elles, que converteo um grande numero á luz da Fé. (...) Assim o escreve o mesmo Padre Frei Gaspar(...), que não forão menos de cinco mil almas, os que bautisou o Padre Frei Antonio nas ilhas de Timor, e do Ende.”(36)Teria sido por volta dos anos 1556, segundo P. Manuel Teixeira.”(37) Depois dele, chegaram outros dominicanos, formando a era de 1556-1834, era dominicada sob a jurisdição da Arquidiocese de Malaca, mas por causa da Revolução Liberal em Portugal, os missionários foram expulsos, ficando Timor abandonado.(38)
No entanto, a Missão católica de Timor, em 1850, passou para a jurisdição da Arquidiocese de Goa, uma vez que a Diocese de Malaca se extinguiu por ter sido ocupada pelos Holandeses com os Protestantes, tendo expulsado so Portugueses com os Católicos, tendo mudado a residencia para Timor até a expulsão.(39)
Em 1874, com a bula “(“Universis Orbis Ecclesiis”,de 15 juni) que nomeou D.Manuel Bernardo de Sousa Enes, para Bispo de Macau, primeiro Bispo açoriano em Macau e que agregou Timor para a jurisdição da Diocese de Macau.(40) D. Manuel Bernardo governou a Diocese de Macau desde 1873 a 1883, e, embora se tenha afirmado que “D. Manuel Bernardo de Sousa Enes dar existência palpável às missões de Haynan e às de Timor, beneficiando estas de esplêndido desenvolvimento”, (41) mas não consta que tenha ido até Timor em visita Pastoral. No entanto, o “dar existência palpável” consistiu em tomar medidas vitais para o novo arranque daquela parcela do Reino de Deus, como um rebento inxertado na Diocese de Macau.

D. António Joaquim Medeiros(Fig. 8)

Essas medidas concretas foram, em primeiro lugar, o envio do Reverendo Pe. António Joaquim de Medeiros, como Visitador das Missões de Timor, o que se realizou entre 22 de Novembro de 1875 a Maio de 1876, apresentado ao Prelado um relatório completo(42) e um coração enamorado por Timor: “Tinha eu 29 anos de idade, quando fui mandado a Timor. À vista da degradação moral que ali encontrei, prometi não abandonar mais aquela colónia, se assim aprouvesse a Deus, resolvendo empregar a minha vida em favor dos desgraçados índios daquele país abandonado.(...) Os meus trabalhos têm feito nascer em mim cada vez mais amor aquele país injustamente abandonado”. (43) citando Pe. José Abilio Fernandes em Resumo Histórico das Missões de Timor... Depois desta visita com uma tão clara descrição da situação e com remédios já preparados pelo Visitador, não haverá medida mais exacta, senão aquele que D. Manuel Bernardo tomou, nomeando Pe. Medeiros para Superior e Vigário Geral da Missões de Timor, pela Provisão de 1 de Março de 1877, ao que ele aceitou, mediante umas condições estritamente necessárias, como, suficientemente, conhedor da situação. Minimamente, preparado Pe. Medeiros partiu para Timor com uma equipa de oito colegas no dia 10 de Abril de 1877.(44) Em Timor, Pe. Medeiros, sabendo um dos outros problemas, é a variedade de usos e costumes e de dialectos, eram cerca de trinta e tal dialectos. Era necessário unificar o Povo, para mais fàcilmente, civilizar e evangelizar, por isso, traçou como deveres fundamentais dos missionárias; o estudo da lingua e o ensino nas escolas.(45) Realmente, dentro de uma visão, verdadeiramente, profética, P. Medeiros, que, posteriormente, veio a ser o Bispo de Macau e Timor, seguindo a voz do Alto no seu coração, ficou sendo como quem lançou os alicerces da futura Diocese, inclusivamente, com os seus próprios ossos, pois, foi em Timor que ele, santamente, faleceu no dia 7 de Janeiro de 1897, com apenas 50 anos de idade.(46) Sucedeu-lhe na cadeira episcopal de Macau D. José Manuel Carvalho até ao ano de 1902, depois seguiram-se os Mestres de D. Jaime Garcia Goulart, D. João Paulino de Azevedo e Castro e D.José da Costa Nunes, como já nos referimos.



IV CAPÍTULO

OS FRUTOS DE UMA PAIXÃO EM ESTASTÍSTICAS

Durante este período, as Missões de Timor passaram por enormes dificuldades, sobretudo depois proclamação da República Portuguesa, com as expulsão dos religiosos, deixando quase Timor novamente abandonado.
No entanto, conforme mostra o quadro estatístico a seguir, de 1 de Julho de 1933 a 1 de Junho 1934, que corresponde aos primeiros meses de missionação de D. Jaime,(Fig.9) houve uma base forte, que serviu de ponto de arranque para a reconstrução da futura Diocese e campo de experiência do seu futuro Bispo.Em 1938, relata com muita esperança a situação religiosa de Timor (Anexo I) e em 1940, seis anos depois, duplicou, praticamente, a Comunidade Cristã(47), merecendo ser elevada a Diocese, como já nos referimos, passando a verificar nas seguintes estatíticas:




1934

1940
No
DADOS

Total

Total
1
SACERDOTES SECULARES

13

19

Estrageiros
13

21
2

Nativos
-

-
-
2
RELIGIOSAS

18

23

Estrangeiras
15

22


Nativas
3

1

3
CRISTÃOS

16.306

29.899
4
PAGÃOS



418.000
5
FAMILIAS CRISTÃS

2.653

44.226
6
CATEQUISTAS

40

78

Homens
19

56


Mulheres
21

22

7
CATECÚMENOS

1.173

4.181
8
ESCOLAS

19

51

De rapazes
13




De raparigas
6




Ensino Primário



35

De rapazes


25


De raparigas


10

9
CATECUMENATOS

41



Para homens
13




Para mulheres
13




Misto
15



10
ALUNOS

925



Católicos
873




Não católicos
52



11
ALUNAS

327



Católicas
314




Não católicas
13



12
BAPTISMOS

1.153

2.866

Adultos “in art. Mortis”
38

171


Adultos
571

1819


Infantes dos cristãos
522

643


Infantes dos catecúmenos
15




Infantes dos infiéis
7

233

13
CONFIRMAÇÕES

3.831

-
14
CONFISSÕES

79.365

140.059

De preceito
5.511

10.102


De devoção
73.854

129.957

15
COMUNHÕES
105.490


312.327

Pascais
5.511

10.780


De devoção
99.979

301.547

16
EXTREMA-UNÇÃO

102

153
17
FUNERAIS

321



Adultos
201




Crianças
120



18
MATRIMÓNIOS – entre fiéis
201
201

430
19
PREGAÇÕES

1.260

2.477
20
CATEQUESE

13.717

26.235
21
LUGARES SAGRADOS

33

99

Igrejas
7

9


Capelas
26

28


Oratórios


14


Cemitérios


38

22
ESTAÇÕES MISSIONÁRIAS

24


23
ESCOLA DE CATEQUISTAS

2



Para homens
1




Para mulheres
1



24
DISPENSÁRIOS



2

Consultas


108


Curativos


4.858


Mas uma grandíssima provação espreita esta alma generosa e lutadora, como o dragão do Apocalipse: a Segunda Guerra Mundial. Reduziu a cinzas aquela vinha florescente do Senhor, ceifando milhares de vidas, cerca de 40.000 pessoas, incluindo a de quatro missionários - P. Abilio Caldas (Fig.10), P. Norberto Barros (Fig.11), P. Manuel Pires(Fig.12) e P.Francisco Madeira. Em danos materiais, ficou na memória a destruição da majestosa catedral de Dili(Fig.13), bem como tantos outros templos do Senhor e os haveres do Povo, não falando das suas casinhas, que a fúria dos japoneses nem sequer poupou.(48)

No entanto, as cinzas, como normalmente, se usam em Timor, são para adubar as hortas, bem como “o sangue dos mártires é semente de cristãos”, por isso, do regresso de D.Jaime da Australia como Bispo, em 1945, lançou-se, com toda a Fé e Esperança na reconstrução da Diocese, como podemos ver na estatística de 1967, ano em que terminou a sua missão. (49)



Ano
1967
No
DADOS

1
SACERDOTES SECULARES
33

Estrageiros
24

Nativos
9

RELIGIOSOS
27
2
RELIGIOSAS
45

Estrangeiras


Nativas


POPULAÇÃO
593.638
3
Católicos
146.568

Catecúmenos
14.924
4
Animistas
424.472
5
Protestantes
1.471

Budistas
5.748

Maometanos
453

CATEQUISTAS/Aux. das Missoes
291

PROFESSORES CATEQUISTAS
58

BAPTISMOS
10.868

CONFIRMAÇÕES
3.215

PREGAÇÕES e CATEQUESE
57.800

CONFISSÕES
362.290

COMUNHÕES
898.934

Confissões e Comunhões pascais
60.212

VISITAS A DOENTES
2.480

VISITAS A EST.MISSIONÁRIAS
1.179

EXTREMA-UNÇÃO
496

FUNERAIS
321

PAROQUIAS
1

MISSÕES
9

INTERNATOS MASCULINOS
4

INTERNATOS FEMININOS
4

EXTERNATOS MASCULINOS
30

EXTERNATOS FEMININOS
14

ESCOLA DE PROF. CATEQUISTAS
1

PRÉ-SEMINÁRIO
1

SEMINÁRIO MENOR
1

No entanto, dentro das heranças valiosíssimas deste grande Bispo e Pai dos Timorenses, não queremos deixar de nos referir, o que ele fez pelo Clero nativo, seguindo as orientações do Papa Pio XI: Deixou dez Sacerdotes Timorenses, incluindo O Rev. Pe. Abílio Caldas, assassinado na guerra, vinte Seminaristas no Seminário Maior de Macau(Fig.14) e, em Timor, o Pré-Seminário de S. Francisco Xavier e o Seminário Menor de Nossa Senhora de Fátima, por ele próprio fundados, cheios de Seminaristas.




CONCLUSÃO

D. Jaime Garcia Goulart foi um Bispo Missionário que ficará inesquecível na Igreja e no coração do Povo Timorense. A Diocese de Dili nasceu da sua personalidade invulgar, fortificada por uma Fé profunda, num Deus-Pai, que o escolheu, confiou e enviou-o para uma missão impossível, por uma Esperança comprometida no amor a Cristo e à sua Igreja, e numa Caridade, verdadeiramente paternal para com as suas ovelhas e ao Povo Timorense. Foi uma vida entregue, totalmente, a Deus e aos irmãos, dentro do espírito do Papa Missionário, Pio XI e os passos dos seus mestres e missionários de Timor, sobretudo D. António de Medeiros e seu primo, Cardeal D. José da Costa Nunes, não esquecendo a colaboração dos seus Missionários, dos Religiosos e Religiosas, bem como dos Catequistas e Professores Catequistas.
Mas, como “quem semeia com lágrimas, colhe a cantar”, como diz a Sagrada Escritura, o Saudoso Bispo, partiu cansado para os Açores, mas feliz, pela missão cumprida, deixando uma Igreja de Timor cheia de vida e, hoje, considerada, pelo Papa Bento XVI, “a nação mais católica da Ásia”.
Muito obrigado, querido D. Jaime!







ANOTAÇÕES

(1)Cfr.http://pt.wikipedia.org/wiki/Jaime_Garcia_Goular; http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_da_Costa_Nunes#Biografia
Pe. Manuel Teixeira – MACAU E A SUA DIOCESE - VOL.X MISSOES DE TIMOR Tipografia da Missão do Padroado 1974, pag. 456ss

(2)Cfr.Pe. Manuel Teixeira, BOLETIM ECLESIÁSTICO DA DIOCESE DE MACAU, Ano XLIII, n.499, Outubro, 1945, pag.27-29)
(3) Cfr.D.José da Costa Nunes, Provisão de 15 de Janeiro de 1932, BOLETIM ECLESIÁSTICO DA DIOCESE DE MACAU, Ano XXIX, n.335, Fevereiro, 1932), Parte Oficial, 1.
(4)Cfr. Pe. Manuel Teixeira, BOLETIM ECLESIÁSTICO DA DIOCESE DE MACAU, Ano XLIII, Outubro, 1945, n.499, pag.28)

(5)Cfr.Pe. Manuel Teixeira – MACAU E A SUA DIOCESE - VOL.X MISSOES DE TIMOR Tipografia da Missão do Padroado 1974, pag. 457; http://pt.wikipedia.org/wiki/Jaime_Garcia_Goulart.

(6) Cfr. D.José da Costa Nunes, Provisão de 8 de Setembro de 1937, BOLETIM ECLESIÁSTICO DA DIOCESE DE MACAU, Ano XXXV, n.405, Dezembro, 1937, pag.321.

(7)Cfr. D.José da Costa Nunes, Provisão de 12 de Novembro de 1938, BOLETIM ECLESIÁSTICO DA DIOCESE DE MACAU, Ano XXXVI, n.418, Janeiro, 1939, pag.408.

(8) Cfr.Por nossa casa, BOLETIM ECLESIÁSTICO DA DIOCESE DE MACAU, Ano XXXVI, n.423, Junho, 1939).

(9) Cfr. Pe. Manuel Teixeira, BOLETIM ECLESIÁSTICO DA DIOCESE DE MACAU, Ano XLIII, n.499, Outubro, 1945, pag.28, repetindo esta versão no seu livro “MACAU E A SUA DIOCESE” VOL.X MISSOES DE TIMOR Tipografia da Missão do Padroado 1974, pag. 457.

(10) Cfr. ibidem.
(11)Cfr.(Pe. Manuel Teixeira – MACAU E A SUA DIOCESE - VOL.X MISSOES DE TIMOR Tipografia da Missão do Padroado 1974, pag. 47)
(12) Cfr. http://www.infopedia.pt/$portugal-e-a-segunda-guerra-mundial
( 13) Pe. Manuel Teixeira – MACAU E A SUA DIOCESE - VOL.X MISSOES DE TIMOR Tipografia da Missão do Padroado 1974, pag. 458)
(14) http://pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_Guerra_Mundial#Portugal_na_Guerra
(15) Cfr. Carlos Vieira da Rocha, TIMOR - OCUPAÇÃO JAPONESA DURANTE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, Sociedade Histórica da Independencia de Portugal, 1996, pag. 118; Pe. Manuel Teixeira – MACAU E A SUA DIOCESE - VOL.X MISSOES DE TIMOR Tipografia da Missão do Padroado 1974, pag. 464
(16) Cfr.Carlos Vieira da Rocha, TIMOR - OCUPAÇÃO JAPONESA DURANTE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, Sociedade Histórica da Independencia de Portugal, 1996, pág.193-198.
(17) Cfr. Pe. A.M.Almeida,BOLETIM ECLESIÁSTICO DA DIOCESE DE MACAU, Ano XLII, n.484, Julho, 1944,”In memoriam”9-11 e n.485, Agosto, 1944, “In Memoriam” pag.20-24); Carlos Vieira da Rocha, TIMOR - OCUPAÇÃO JAPONESA DURANTE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, Sociedade Histórica da Independencia de Portugal, 1996, pag.100); Pe. Manuel Teixeira – MACAU E A SUA DIOCESE - VOL.X MISSOES DE TIMOR Tipografia da Missão do Padroado 1974, pag. 458)
(18) Cfr.ttp://pt.wikipedia.org/wiki/Jaime_Garcia_Goulart; Pe. Manuel Teixeira – MACAU E A SUA DIOCESE - VOL.X MISSOES DE TIMOR Tipografia da Missão do Padroado 1974, pag. 459
(19) Cfr. Pe. Manuel Teixeira – MACAU E A SUA DIOCESE - VOL.X MISSOES DE TIMOR Tipografia da Missão do Padroado 1974, pag. 459

(20) Cfr. ttp://pt.wikipedia.org/wiki/Jaime_Garcia_Goulart)
(21)Cfr. Ibidem
(22) Cfr. Ibidem
(23) BOLETIM ECLESIÁSTICO DA DIOCESE DE MACAU, Ano XXXIX, n.444, Março, 1941, “Manuel Bernardo de Sousa Enes”pag.769
(24)Cfr.http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Paulino_de_Azevedo_e_Castro; BOLETIM ECLESIÁSTICO DA DIOCESE DE MACAU, Ano XXXIX n.446, Maio, 1941, ”João Paulino d’Azevedo e Castro” , pag.928-935

(25)Cfr. Pe. Manuel Teixeira – MACAU E A SUA DIOCESE - VOL.X MISSOES DE TIMOR Tipografia da Missão do Padroado 1974, “D. José da Costa Nunes” pag. 151

(26) http://www.vatican.va/holy_father/pius_xi/encyclicals/documents/hf_p-xi_enc_19260228_rerum-ecclesiae_sp.html nn.18-22

(27) Pe.Jaime Goulart, BOLETIM ECLESIÁSTICO DA DIOCESE DE MACAU, Ano XXX, n.347, Fevereiro, 1933, “Tradição e Missiologia”, pag.595

(28) Pe.Jaime Goulart, BOLETIM ECLESIÁSTICO DA DIOCESE DE MACAU, Ano XXX, n.343, Outubro, 1932, “Fim Primário das Missões”, pag.272

(29) Cfr. 25 http://es.wikipedia.org/wiki/Timor_Oriental
(30) Cfr. António de Almeida, O Oriente de Expressão Portuguesa, Fundação Oriente-Centro de Estudos Orientais, Lisboa,p.98 e págs.187-219.
(31)http://en.wikipedia.org/wiki/History_of_East_Timor#Pre-colonial_history)
(32) http://timor-leste.gov.tl./
(33) Cfr. http://es.wikipedia.org/wiki/Timor_Oriental

(34) http://en.wikipedia.org/wiki/Portuguese_Timor; Frei Luis de Sousa, História de S.Domingos, Vol.II, Lello & Irmão Editores, 1977 Porto, pág. 292;

(35) http://www.panoramio.com/photo/718653 Lifau_oecusse

(36) Cfr. Frei Luis de Sousa, História de S.Domingos, Vol.II, Lello & Irmão Editores, 1977 Porto, pág. 293

(37) Cfr. Pe. Manuel Teixeira – MACAU E A SUA DIOCESE - VOL.X MISSOES DE TIMOR Tipografia da Missão do Padroado 1974, pag.5

(38) Cfr. António Duarte de Almeida e Carmo, A Igreja Católica na China e em Macau no context do Sudeste Asiático Que futuro?, Instituto Português do Oriente, 1997, pág. 428

(39)Cfr. Ibidem pag. 427-428; (Pe. Manuel Teixeira – MACAU E A SUA DIOCESE - VOL.X MISSOES DE TIMOR Tipografia da Missão do Padroado 1974, pag.48.

(40) Cfr. (Pe. Manuel Teixeira – MACAU E A SUA DIOCESE - VOL.X MISSOES DE TIMOR Tipografia da Missão do Padroado 1974, pag.48-50; António Duarte de Almeida e Carmo, A Igreja Católica na China e em Macau no context do Sudeste Asiático Que futuro?, Instituto Português do Oriente, 1997, pág. 428 .

(41)http://www.agencia.ecclesia.pt/diocese/pub/11/noticia.asp?jornalid=11&noticiaid=6928

(42) Cfr.Pe. Manuel Teixeira – MACAU E A SUA DIOCESE - VOL.X MISSOES DE TIMOR Tipografia da Missão do Padroado 1974, pag. 459)

(43) Cfr. Pe. Francisco Maria Fernandes,D.ANTONIO JOAQUIM DE MEDEIROS, Coleccão Estudos de Macau, Universidade de Macau-2000, pag.29, citando Pe. José Abilio Fernandes em Resumo Histórico das Missões de Timor...

(44)Cfr. Pe. Manuel Teixeira – MACAU E A SUA DIOCESE - VOL.X MISSOES DE TIMOR Tipografia da Missão do Padroado 1974, pag. 459)

(45) Cfr. (Pe. Manuel Teixeira – MACAU E A SUA DIOCESE - VOL.X MISSOES DE TIMOR Tipografia da Missão do Padroado 1974, pag.61

(46) Cfr.Pe. Francisco Maria Fernandes,D.ANTONIO JOAQUIM DE MEDEIROS, Coleccão Estudos de Macau, Universidade de Macau-2000, pag.61,

(47) Cfr. “Prospectus Generalis Status Dioecesis Macaonensis”, BOLETIM ECLESIÁSTICO DA DIOCESE DE MACAU, Ano XXXII, n.366, Setembro, 1934, pag.205-206)

(48)Cfr. Ibidem, pag. 458-460; 464-468;

(49)Cfr. Ibidem, pag.546-547; pag. 461.